http://lounge.obviousmag.org/random_track/2012/01/poesia-visual.html
Como todos os poetas, também tive a minha fase dos sonetos. Sou poeta amadora. Amadora porque não é a minha atividade principal e nunca publiquei meus poemas, a não ser dois ou três contemplados em prêmios literários. Poeta porque esta forma tem sido adotada no masculino e no feminino, deixando o termo poetisa no passado.
O soneto é uma construção literária com algumas condições que fazem deste gênero um desafio para o autor. Componentes do soneto são o número de versos, a métrica, a rima e a sonoridade. São limitações bastante desafiadoras para conter o quinto e principal componente que é a inspiração, o desejo, o impulso, o tema, e tudo o que está dentro do poeta no instante de criação.
Enfim, o soneto é uma criação literária que conjuga os componentes externos e objetivos ligados à forma, com os componentes internos e subjetivos referentes ao conteúdo. Forma e conteúdo são condições para a existência em geral. O texto está inserido no contexto. O contexto contém o texto. O que surgiu antes: o texto ou o contexto ? Essa questão vai ficar para uma próxima vez.
Por enquanto, vou reproduzindo aqui alguns dos meus sonetos, dos meus poemas não-sonetos, e também algumas reflexões que me ocupam, bem como certos resultados de pesquisa em que estou empenhada justamente agora.
Alguns textos serão acompanhados de um breve contexto, outros, não.
A seguir...
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Por falar em Kafka...
A história de Kafka e a menina que perdeu sua boneca em Berlim, segundo May Benatar:
“Franz Kafka, conta-se, certa vez encontrou
uma menininha no parque onde ele caminhava diariamente. Ela estava chorando. Havia
perdido sua boneca e estava desolada. Kafka ofereceu ajuda para procurar a
boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar.
Incapaz de encontrar a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e
leu para a garotinha quando se encontraram. ‘Por favor, não se lamente por mim,
parti numa viagem para ver o mundo. Escrevo para você das minhas aventuras’. Esse
foi o início de muitas cartas. Quando ele e a garotinha se encontravam, ele lia
essas cartas compostas cuidadosamente com as aventuras imaginadas da amada
boneca. A garotinha se confortava. Quando os encontros chegaram ao fim, Kafka
presenteou a menina com uma boneca. Era obviamente diferente da boneca original.
Uma carta anexa explicava: ‘minhas viagens me transformaram…’. Muitos anos
depois, a garota agora crescida, encontrou uma carta enfiada numa abertura
escondida da querida boneca substituta. Em resumo, dizia: ‘Tudo o que você ama,
você eventualmente perderá, mas no fim, o amor retornará de uma forma diferente’.”
sábado, 7 de fevereiro de 2015
Inspirado no provérbio "O homem planeja e Deus ri"
Deus ilusão
Deus diz: Põe!
O homem põe e Deus dispõe.
Deus diz: Conta!
O homem conta e Deus desconta.
Deus diz: Faz!
O homem faz e Deus desfaz.
Deus diz: Espera!
O homem espera e Deus desespera.
Desespera, espera, era...
Autoria Tova Sender em algum tempo, e que faz sentido agora.
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