sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Forma e conteúdo... em tudo

    http://lounge.obviousmag.org/random_track/2012/01/poesia-visual.html


Como todos os poetas, também tive a minha fase dos sonetos. Sou poeta amadora. Amadora porque não é a minha atividade principal e nunca publiquei meus poemas, a não ser dois ou três contemplados em prêmios literários. Poeta porque esta forma tem sido adotada no masculino e no feminino, deixando o termo poetisa no passado.

O soneto é uma construção literária com algumas condições que fazem deste gênero um desafio para o autor. Componentes do soneto são o número de versos, a métrica, a rima e a sonoridade. São limitações bastante desafiadoras para conter o quinto e principal componente que é a inspiração, o desejo, o impulso, o tema, e tudo o que está dentro do poeta no instante de criação.

Enfim, o soneto é uma criação literária que conjuga os componentes externos e objetivos ligados à forma, com os componentes internos e subjetivos referentes ao conteúdo. Forma e conteúdo são condições para a existência em geral. O texto está inserido no contexto. O contexto contém o texto. O que surgiu antes: o texto ou o contexto ? Essa questão vai ficar para uma próxima vez.

Por enquanto, vou reproduzindo aqui alguns dos meus sonetos, dos meus poemas não-sonetos, e também algumas reflexões que me ocupam, bem como certos resultados de pesquisa em que estou empenhada justamente agora.

Alguns textos serão acompanhados de um breve contexto, outros, não.

A seguir...

  

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Por falar em Kafka...



 A história de Kafka e a menina que perdeu sua boneca em Berlim, segundo May Benatar:
“Franz Kafka, conta-se, certa vez encontrou uma menininha no parque onde ele caminhava diariamente. Ela estava chorando. Havia perdido sua boneca e estava desolada. Kafka ofereceu ajuda para procurar a boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte no mesmo lugar. Incapaz de encontrar a boneca, ele escreveu uma carta como se fosse a boneca e leu para a garotinha quando se encontraram. ‘Por favor, não se lamente por mim, parti numa viagem para ver o mundo. Escrevo para você das minhas aventuras’. Esse foi o início de muitas cartas. Quando ele e a garotinha se encontravam, ele lia essas cartas compostas cuidadosamente com as aventuras imaginadas da amada boneca. A garotinha se confortava. Quando os encontros chegaram ao fim, Kafka presenteou a menina com uma boneca. Era obviamente diferente da boneca original. Uma carta anexa explicava: ‘minhas viagens me transformaram…’. Muitos anos depois, a garota agora crescida, encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da querida boneca substituta. Em resumo, dizia: ‘Tudo o que você ama, você eventualmente perderá, mas no fim, o amor retornará de uma forma diferente’.”    


sábado, 7 de fevereiro de 2015

Inspirado no provérbio "O homem planeja e Deus ri"





Deus ilusão

Deus diz: Põe!

O homem põe e Deus dispõe.

Deus diz: Conta!

O homem conta e Deus desconta.

Deus diz: Faz!

O homem faz e Deus desfaz.

Deus diz: Espera!

O homem espera e Deus desespera.

Desespera, espera, era...

Autoria Tova Sender em algum tempo, e que faz sentido agora.